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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A FAMILIA NÃO É MAIS A MESMA.

A FAMILIA NÃO É MAIS A MESMA.

O mundo mudou. Quem tem no mínimo cinqüenta anos, sabe que basta uma rápida olhada ao redor para perceber que muita coisa mudou e algumas coisas mudaram para pior.

Não me refiro somente ao celular, ao microondas, ao CD, DVD e etc, mas às novidades no formato familiar. O formato da família atual mudou radicalmente. Hoje se usa o termo “família mosaica”, para tentar definir o modelo vigente da família. Nesse modelo, o homem já está no terceiro casamento e a mulher (quem sabe?) no segundo. Ele tem filhos dos três casamentos falidos. E ela também. Quando se casam e reúnem todos debaixo do mesmo teto, forma-se o mosaico. São os filhos dele, o do primeiro, do segundo e do terceiro casamentos (cujas mães são diferentes, obviamente) e os filhos dela; e também os filhos do atual casamento. Eles identificam os filhos assim, “os meus, os teus, e os nossos”.

Esta mudança exterior é reflexo de uma mudança mais profunda, de uma mudança na mentalidade e no conceito familiar. É uma mudança de valores. De atitudes que nossos avós cultivavam e que esta geração descartou.

Nossos avós, tantas vezes criticados e rotulados como retrógrados e hipócritas, orientavam-se pelas suas convicções e não por impulsos pessoais inconseqüentes. Para eles, o casamento era sagrado, como de fato é, e por isso pagavam um alto preço para mantê-lo. Eram capazes de sacrifícios e abnegações, que hoje, infelizmente quase ninguém está disposto a pagar.

Faziam isso, por acreditar na sua responsabilidade moral e social. Entendiam que a instituição familiar está acima de caprichos egoístas. Estavam convencidos de que era necessário paciência e perseverança, para que as devidas mudanças e ajustes pudessem acontecer ao seu tempo. Não eram precipitados em por fim ao casamento por causa de conflitos isolados e diferenças de temperamentos. Não tomavam o caminho, supostamente mais fácil do divórcio, para se desfazer do compromisso assumido, porque eram mais sábios para compreender que as razões dos desgastes daquela união, seriam iguais ou até piores em um novo relacionamento.

Eram pessoas guiadas por um senso moral mais aguçado e sensível, que compreendiam que as perdas da separação, seriam muito mais prejudiciais a eles e aos seus filhos, do que se lutassem para consertar o que estava errado no relacionamento.

Aliás, é bom refletirmos um pouco mais a respeito da nossa geração, viciada no novo. Trocar o modelo, adquirir algo mais avançado, com maiores recursos e com um designer revolucionário, define bem, o comportamento “adolescente” dessa geração. Não gostamos de coisas antigas, duradouras. Rotulamos como arcaicas, ultrapassadas, sucateadas tudo que resiste ao tempo. Tem que haver sempre uma novidade, nem que seja no formato, na aparência do carro, na cor do aparelho. O tédio parece ser o traço marcante da mentalidade atual. Como “adolescentes”, não gostamos muito da profundidade e durabilidade das coisas. Se um namoro dura mais que um mês, fica chato. Se o casamento ultrapassa a linha dos dez anos, julgamos que está enfadonho, que caiu na rotina e está sem sabor. Melhor trocar. E assim, como os “adolescentes”, nossa geração vai amontoando pelos cantos uma coleção de relacionamentos quebrados, que com sabedoria, paciência e esforço moral, poderiam ser consertados e renovados. Mas, a facilidade das leis civis que aceleram a consumação do divórcio, somadas ao ímpeto de uma mentalidade imatura e inconseqüente, multiplicam exponencialmente, o número de casamentos defeitos.

É muito triste aceitar que, o presente modelo de comportamento familiar, não está disposto a rever e a reavaliar os prejuízos sociais e emocionais gerados por um número sem conta de divórcios, que tem multiplicado o número de vidas frustradas e infelizes e filhos e filhas desajustados, que jamais terão condições de acreditar no valor do casamento. A rigor, os filhos de casamentos destruídos, não pensam em casamento. Se enveredam alucinados por uma trilha tortuosa em busca de relacionamentos sem nenhuma profundidade ou significado. O que será dessa infeliz fatia da população, só o tempo revelará. Certamente veremos a falência e o descarte de todos os elementos mais sublimes, daquilo que a Bíblia chama de aliança. Esta já tem sido substituída pelo modelo contratual, em que uma parte só cumpre sua obrigação, se a outra corresponder às expectativas.

As pessoas precisam entender que um casamento só dá certo, quando se casa para amar o outro. Pois, quando se casa para ser feliz, criando assim uma expectativa sobre o outro, o resultado será sempre frustrante. Como falhos que somos jamais conseguiremos satisfazer as expectativas exigentes de quem quer que seja. E assim, nenhum casamento, que não esteja disposto ao amor gratuito, intencional e suficientemente maduro para entender que uma relação profunda e duradoura requer a prática de sacrifícios como perdão, compreensão, paciência, tolerância, etc, jamais resistirá ao tempo e jamais oferecerá a qualquer coração a experiência sublime da felicidade e da realização humana.


*Manoel Júnior
Conselheiro Tutelar
Conselheiro Matrimonial
Coordenador da Comunidade VIDA NOVA
Cidade de Codó, Maranhão.
Contato: MSN: manoeljunior31@hotmail.com

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